Diante da confirmação do aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que devem afetar mais de 50% das exportações brasileiras para o país, governos estaduais já anunciaram medidas para amenizar os impactos econômicos locais.
O governo de São Paulo liberou R$ 1,5 bilhão em créditos acumulados de ICMS para empresas que exportam para os EUA. Segundo o estado, a iniciativa visa garantir maior liquidez às empresas, especialmente aquelas com maior valor agregado na produção e atuação no mercado externo, preservando a competitividade e evitando prejuízos ao Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
Minas Gerais adotará uma medida semelhante, liberando R$ 100 milhões em créditos anuais de ICMS para as empresas afetadas. Além disso, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) criará uma linha de crédito de R$ 200 milhões com juros reduzidos, prazo de pagamento em até 60 meses e carência de 12 meses.
No Rio Grande do Sul, os exportadores terão acesso a um programa de crédito de R$ 100 milhões, via Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). As condições incluem juros entre 8% e 9% ao ano, prazo de 60 meses e carência de um ano.
Já em Goiás, o governo lançará o Fundo Creditório, uma linha de crédito destinada aos setores que mais exportam para os EUA, com uma previsão de R$ 628 milhões em créditos. Metade desse valor, R$ 314 milhões, será proveniente de créditos de ICMS e o restante de investidores do mercado financeiro interessados em aportar no fundo. A taxa de juros será de 10% ao ano. O estado também conta com o Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), criado durante a pandemia de covid-19, e o Fundo de Estabilização Econômica, reserva financeira destinada a garantir a continuidade dos serviços essenciais em momentos de crise.
Os governos do Ceará e do Rio de Janeiro formaram grupos de trabalho para analisar e propor medidas que minimizem os efeitos do tarifaço dos EUA sobre suas economias.
Essas ações estaduais refletem a preocupação dos governos locais diante do impacto esperado das tarifas americanas, que podem comprometer a competitividade das exportações brasileiras e afetar o desempenho econômico regional.
