
Os mercados financeiros internacionais reagiram com forte queda nesta sexta-feira (10) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma nova tarifa de 100% sobre produtos chineses, que se somará aos 30% já em vigor. A medida entra em vigor em 1º de novembro e marca a retomada da guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
A decisão veio em resposta às restrições impostas pela China à exportação de terras raras, minerais fundamentais para os setores de tecnologia e defesa. Em retaliação, Trump também cancelou o encontro com o presidente Xi Jinping e prometeu novos controles de exportação sobre softwares estratégicos.
Os reflexos foram imediatos:
O Dow Jones caiu 1,9%, o S&P 500 recuou 2,7% e o Nasdaq despencou 3,5%;
O dólar subiu para R$ 5,50;
O mercado global perdeu cerca de US$ 2 trilhões, segundo a CNBC.
⚔️ Uma disputa antiga que volta a preocupar
A rivalidade comercial entre EUA e China começou em 2018, quando Trump impôs tarifas para pressionar Pequim a abrir seu mercado e reduzir subsídios industriais. Após uma trégua parcial em 2024, o conflito ressurgiu neste ano, após a China limitar exportações de insumos tecnológicos.
O New York Times destacou que, para os EUA, as tarifas visam proteger a indústria nacional e o equilíbrio comercial, enquanto Pequim vê as ações como uma tentativa de conter seu avanço tecnológico e geopolítico.
💬 O que dizem os analistas
Segundo o JPMorgan, a nova rodada de tarifas “rompeu a calmaria dos mercados” e reacendeu o temor de recessão global. Já o Goldman Sachs alertou que o episódio pode aumentar a volatilidade e dificultar o controle da inflação americana. O Morgan Stanley classificou o gesto de Trump como “um choque súbito” e afirmou que a segurança nacional seguirá no centro da política econômica dos EUA.
🌍 Impacto global e reflexos no Brasil
A medida pode encarecer produtos tecnológicos, pressionar cadeias produtivas globais e afetar exportadores agrícolas caso a China responda com novas sanções. Para o Brasil, que é parceiro comercial de ambos, o cenário reforça a incerteza sobre o comércio exterior e a cotação do dólar.