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24/08/2021 10:38

Vendas da indústria cerâmica crescem 27% e exportação é recorde no primeiro semestre

Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) divulga balanço semestral e aponta as perspectivas do setor para 2021

O presidente do Conselho de Administração da entidade, Benjamin Ferreira Neto, revela que, no primeiro semestre de 2021, as vendas do setor totalizaram 513,2 milhões de metros quadrados, significando aumento de 27,1% em relação aos 403,9 milhões referentes a igual período de 2020. Na mesma base de comparação, a produção cresceu 52,5%, passando de 340,7 milhões para 519,7 milhões.

O crescimento nas vendas refletiu o aquecimento na demanda por revestimentos cerâmicos tanto interna quanto externamente. Para o mercado nacional, foram comercializados, de janeiro a junho, 449,3 milhões de metros quadrados, um crescimento de 22,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando se registrou vendas de 366 milhões de metros quadrados.

Já as exportações do setor atingiram recorde histórico no primeiro semestre desde 2011, com expansão de 65,7% ante igual período de 2020, saltando de US$ 135,6 milhões para US$ 224,7 milhões. Em volume, o avanço foi de 69%, com 63,9 milhões de metros quadrados, contra 37,8 milhões no primeiro semestre do ano passado.

Segundo Ferreira Neto, os indicadores refletem cenário positivo para a indústria de revestimentos cerâmicos brasileira. "O mercado doméstico continuou crescendo no primeiro semestre, apesar de o impacto da segunda onda da pandemia de Covid-19 ter sido forte no Brasil. Observamos, no período, uma retomada no varejo, o que mostra a importância da pequena reforma e da autoconstrução nesse processo", contextualiza. "Por outro lado, quando olhamos para o mercado externo, uma das vantagens da indústria brasileira de cerâmica é a sua diversidade, o que nos permite atender às necessidades de mercados com diferentes perfis."

Tal conclusão é verdadeira inclusive na comparação entre os números do primeiro semestre deste ano com os do mesmo período de 2019, pré-pandemia. 2021 dá continuidade à recuperação que vem sendo observada nos últimos anos.

Em vendas totais, o incremento foi de 18,5%, indo de 432,9 milhões de metros quadrados no primeiro semestre de 2019 para 513,2 milhões de metros quadrados em 2021. No mercado nacional, as vendas cresceram 17,3%, de 383,1 milhões de metros quadrados para 449,3 milhões de metros quadrados. Já nas exportações, o volume subiu de 49,8 milhões de metros quadrados em 2019 para 63,9 milhões de metros quadrados em 2021, significando aumento de 28,3%.

Comércio exterior

O Brasil é o sexto maior exportador de cerâmica do mundo, com vendas para mais de 110 nações, além de ser o terceiro maior produtor e o segundo mercado consumidor mundial.

Um dos maiores compradores globais da cerâmica brasileira, os Estados Unidos foram responsáveis por 22,5% das vendas externas do setor, ao valor total de US$ 50,6 milhões e 10,3 milhões de metros quadrados.

Os números refletem o empenho da indústria cerâmica brasileira em consolidar sua vocação exportadora, uma das metas do planejamento estratégico da Anfacer. Protagonistas desse esforço, as empresas do setor contam com a atuação institucional da associação e de outras entidades setoriais, que com grande sinergia entre si e o apoio da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações) têm contribuído para a abertura de mercados estratégicos para o setor. "Prevemos, em nosso planejamento estratégico, viabilizar a exportação de 25% da produção nacional até 2030", afirma Ferreira Neto.

Outro fator importante que integra o planejamento estratégico da entidade e tem contribuído para a abertura de mercados é o compromisso da indústria com a fabricação de produtos que unem qualidade e design, refletindo investimentos em tecnologia e inovação.

"O Brasil é globalmente reconhecido pela criatividade e autenticidade de seu design, o que tem contribuído para que a indústria cerâmica brasileira se torne cada vez mais protagonista mundial do setor", enfatiza Ferreira Neto, acrescentando: "Nossas indústrias têm investido em qualidade e estão em conformidade com as normas internacionais do setor."

Ferreira Neto enfatiza que, para ampliar ainda mais a competitividade e, consequentemente, a participação da indústria brasileira no cenário global, é necessário dar celeridade a regulamentação do novo Marco do Gás Natural. "Para nossa atividade, esse insumo representa de 20% a 25% dos custos de fabricação", acentua. "O custo do gás no Brasil é mais de 300% superior ao preço médio nos Estados Unidos e acima de 200% da média na Europa. A nova lei terá efeitos positivos na diminuição do valor, porém somente em cerca de dois anos."

Projeções

Ferreira Neto salienta que os bons resultados da indústria de revestimento cerâmico têm até superado alguns índices de expansão da economia nacional e estão em linha com as projeções relativas ao incremento do PIB e o ânimo dos empresários. Ele cita o fato de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter elevado a projeção de crescimento do Brasil de 3,7% para 5,3% em 2021 e o aumento do Índice de Confiança da Indústria (ICI) da FGV, que alcançou 108,6 pontos em julho, ante 111,3, em janeiro.

A projeção da indústria cerâmica para 2021 relativas às vendas totais do setor é de 1,015 bilhão de metros quadrados, com incremento de 10,4% ante o exercício anterior. Desse total, 891,5 milhões de metros quadrados deverão ser destinados ao mercado interno, um crescimento de 7,9% frente a 2020. Já para o mercado externo, a expectativa de comercialização é de 124,2 milhões de metros quadrados, ou 32% de aumento. "Depois de um primeiro semestre forte, acreditamos que o ritmo de crescimento no segundo semestre deverá ficar mais próximo à estabilidade", conclui Ferreira Neto.




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