Os portos brasileiros enfrentaram sérios desafios logísticos em 2024, impactando significativamente o comércio exterior do país. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), atrasos e alterações frequentes nas escalas de navios resultaram na não exportação de 2,155 milhões de sacas de café até setembro, correspondendo a 6.529 contêineres. Essa situação acarretou uma perda de receita cambial estimada em R$ 3,2 bilhões.
Além das perdas diretas, os exportadores enfrentaram custos adicionais de aproximadamente R$ 5,9 bilhões devido a taxas de sobre-estadia (demurrage), armazenagem extra e outras despesas logísticas decorrentes dos atrasos.
O Porto de Santos, principal terminal de exportação do país, registrou atrasos em 84% das embarcações em setembro, com alguns navios aguardando até 38 dias para atracar. No complexo portuário do Rio de Janeiro, o índice de atrasos foi de 58% no mesmo período.
Especialistas apontam que a infraestrutura portuária brasileira está defasada em relação às necessidades atuais, com falta de investimentos em ampliação de pátios, berços e aprofundamento de calado para receber embarcações maiores.
Além disso, fatores externos, como tensões geopolíticas e mudanças climáticas, contribuíram para agravar a situação logística.
O cenário evidencia a urgência de investimentos e reformas na infraestrutura portuária do Brasil para garantir a competitividade do setor exportador e evitar prejuízos econômicos significativos no futuro.