Em greve há 77 dias, os auditores-fiscais da Receita Federal suspenderam a partir de quarta-feira (12) o desembaraço aduaneiro, procedimento que envolve a liberação de mercadorias pela
alfândega. A ação, que faz parte da medida “Desembaraço Zero”, terá duração de 15 dias, informou o Comando Nacional de Mobilização (CNM).
Os trabalhadores exigem reajuste nos vencimentos básicos. A categoria também pede o pagamento integral do bônus de eficiência para ativos e aposentados e a destinação de recursos do Fundo
Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) para subsidiar o plano de saúde. No fim da manhã de terça-feira (11), representantes do Sindifisco Nacional e do Comando Nacional de Mobilização (CNM) se reuniram com integrantes do Ministério da Fazenda e da Receita Federal.
No entanto, segundo o presidente do Sindifisco Nacional, auditor-fiscal Dão Real Pereira, o governo não apresentou uma proposta que contemplasse os pleitos da categoria. “Infelizmente, não conseguimos a resposta positiva que todos nós queríamos, o que nos leva à necessidade de continuarmos firmes na greve. O secretário disse estar confiante de que haverá uma solução, mas não se comprometeu com prazos”, disse.
O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, garantiu que o órgão segue em diálogo com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) para encontrar uma saída para as reivindicações. De acordo com o coordenador do CNM, auditor-fiscal Marcus Dantas, as pressões do movimento grevista têm alcançado os ministros da Fazenda e da Gestão, mas ainda não foram suficientes para
garantir um avanço significativo. “Nossa greve tem que continuar até a nossa vitória”, afirmou.
O ato de terça-feira durou cerca de duas horas. No período da tarde, os representantes do CNM realizaram uma reunião para discutir estratégias de intensificação da mobilização. Segundo Dantas,
a categoria precisa manter-se mobilizada e comprometida nos próximos dias, considerados decisivos para o desfecho das negociações. “A greve segue incomodando o governo, e esse é um
sinal de que estamos no caminho certo”, concluiu.
Por: André Queiróz