terça, 16 de abril de 2024
13/04/2022 18:17

INTERNACIONAL: Câmara Árabe abre escritório em Brasília

Entidade que reúne empresas brasileiras e árabes espera estreitar interlocução com embaixadas, o Executivo e o Legislativo federais

A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que há 70 anos apoia negócios entre empresas brasileiras e árabes, contribuindo para o incremento do intercâmbio bilateral, inaugura no próximo dia 19 seu escritório na capital do Brasil.

Com a iniciativa, a entidade espera estreitar a interlocução com agências e ministérios relacionados ao comércio entre o Brasil e os países da Liga Árabe, além das 19 embaixadas árabes sediadas em Brasília.

Outro objetivo é dinamizar a prestação de serviços de verificação documental prestado às empresas locais já com clientes nos países da Liga Árabe e, principalmente, as ações de prospecção de novas oportunidades de negócios nos dois lados da parceria comercial.

“Vamos estar mais próximos das empresas do Centro Oeste e Norte do Brasil, que já têm comércio firme com a Liga Árabe, sobretudo de alimentos, e que certamente podem ampliar suas vendas ao bloco”, defende Osmar Chohfi, presidente da entidade. “Da mesma forma, vamos identificar mais facilmente oportunidades para empresas árabes construírem cooperações estruturais com as brasileiras, que vão além do mero intercâmbio de bens”.

O escritório de Brasília é a quarta unidade da Câmara Árabe aberta nos últimos quatro anos. Em 2018, a entidade abriu uma filial em Itajaí, que presta serviços documentais às empresas que escoam seus produtos pelo porto catarinense. Em 2019, foi a vez dos Emirados Árabes Unidos de receber representação da entidade, em Dubai. No final de setembro de 2021, a Câmara Árabe inaugurou outro escritório no Cairo, Egito, e deve abrir mais uma filial este ano na capital saudita, Riad.

Chohfi, que foi diplomata de carreira no Itamaraty por quatro décadas e meia, diz que a estratégia de diversificar os pontos de presença tem rendido frutos na forma de novos negócios. Segundo ele, a maior proximidade tem estimulado empresas de ambos os lados a explorar oportunidades, principalmente as organizações do lado árabe, que veem no mercado brasileiro perspectivas para o crescimento de suas exportações.

Além disso, o escritório de Brasília deve facilitar a interlocução com o Legislativo nas tratativas referentes a acordos de livre comércio e de facilitação de investimentos com a região. Atualmente, o Brasil tem apenas um entendimento de livre comércio vigente na região, com o Egito. Firmado no contexto do Mercosul, o acordo nos últimos três anos vem promovendo a diversificação da pauta comercial dos dois países.

O dirigente lembra ainda que o Brasil tem um único acordo de facilitação de investimentos com os Emirados Árabes Unidos. Fundos do país têm participado dos leilões de concessões de infraestrutura o Brasil, incluindo refinarias e transporte público. “A formalização e mais acordos dessa natureza certamente vão atrais mais capitais árabes para o Brasil”, diz o ex-diplomata.

Altamente complementar, o comércio entre o Brasil e a Liga Árabe soma US$ 24,25 bilhões. Ano passado, o lado brasileiro exportou cerca de US$ 14,42 bilhões, alta de 26,15% sobre o ano anterior, com alta prevalência de gêneros alimentícios na pauta, que exercem função importante na segurança alimentar das nações árabes.

Do lado árabe, as vendas somaram US$ 9,82 bilhões, alta de 82,76% na mesma comparação, notadamente em combustíveis e fertilizantes, inclusive fosfatados.

 




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