A Svitzer está investindo R$ 150 milhões no nordeste do Brasil, trazendo quatro embarcações para atender as demandas dos portos de Suape e Pecém. O director principal da Svitzer Brasil, Daniel Reedtz Cohen, conta um pouco de seu momento e o porquê de o Brasil ser tão importante para as Américas hoje. Com o investimento, haverá a criação de 500 empregos no estaleiro Rio Maguari, em Belém.
Revista Portuária: Porque a Svitzer está entrando em novos portos?
Daniel: Temos seis anos no mercado brasileiro e conseguimos estabelecer um negócio próspero no sul e sudeste do país. Com isso, estabelecemos uma base de clientes e, em conversa com eles, surgiu o interesse em levar o nosso serviço ao nordeste do país, se estendendo pela costa toda. Avaliamos com nossos clientes quais seriam os próximos passos para entrarmos e é isso que estamos fazendo: crescendo com nossos clientes e entrando em mercados onde eles estão com seus negócios em expansão.
Revista Portuária: Para Svitzer, qual o potencial para crescimento no Brasil?
Daniel: O Brasil faz parte de uma estratégia maior, na nossa região de Américas. A Svitzer opera rebocadores em 12 países nas Américas e o Brasil é um dos mais importantes do nosso portfólio nesta região e um dos que possui maior potencial. Vemos muito potencial principalmente com o crescimento de exportação, que já demonstra ser uma tendência. Além disso, também vemos potencial na importação, o que para nós é um mercado interessante e demonstra sinergia com nossas outras operações na região.
Revista Portuária: Por que o Brasil é tão importante como mercado?
Daniel: Para responder essa questão, vou utilizar o exemplo do ano passado, que foi bastante diferente por causa da pandemia. E vimos em 2020 uma exportação bastante forte aqui no Brasil. Para nós, isso foi uma surpresa, porque esperávamos um impacto negativo maior, mas a economia continuou aquecida e o que contribuiu para isso foi a exportação. Este exemplo demonstra o quanto a economia brasileira é forte e um mercado muito importante para exportação para vários países do mundo. Nos atentamos a este potencial, que só reforça a importância do Brasil como país de exportação. Também vemos este fator como reflexo na importação, acreditamos que haverá crescimento deste mercado futuramente e queremos fazer parte disso.
Revista Portuária: Por que a Svitzer está crescendo tão rápido no Brasil?
Daniel: Somos os maiores operadores de rebocadores do mundo, com cerca de 450 embarcações espalhadas em todo o mundo e experiência de décadas. Temos experiência e qualidade além da média e essa é a nossa força globalmente. O que estamos tentando fazer no Brasil é combinar o alto nível de qualidade com as forças locais. No Brasil, por exemplo, o nível do marítimo é de alta qualidade, o que demonstra a sinergia em trazer nossa estrutura. Já construímos boa parte da nossa frota no Brasil utilizando fornecedores locais e acredito que a união entre experiência e qualidade, combinados com os fatores locais, foi o que permitiu nosso rápido crescimento e a conquistar tantos clientes.
Revista Portuária: Qual o impacto dos seus investimentos?
Daniel: Como empresa operando no Brasil, entendemos a importância de estarmos inseridos na sociedade e na cidade. Isso reflete na nossa responsabilidade em investir na economia local. O que fazemos com cada nova filial e empresa é focar em fornecedores locais, tanto na mão-de-obra, quanto nas peças para os rebocadores ou outros tipos de suprimentos. Para nós, é fundamental fazer parte das sociedades portuárias, comunidade local, autoridades, enfim, tudo o que envolve as cidades com portos.