A abertura da 18ª edição da Navalshore, a maior feira e conferência da indústria marítima da América Latina, aconteceu nesta terça-feira (20), no Centro de Convenções Expomag, no Rio de Janeiro. 110 expositores e mais de 400 marcas do Brasil e do exterior estão presentes no evento, que reúne armadores, estaleiros, fabricantes e fornecedores nacionais e internacionais. Na programação, palestras, workshops e painéis abrem espaço para debater a retomada do setor. Até quinta-feira (22), a expectativa é de que 13 mil visitantes passem pelo evento.
Durante os três dias de evento serão 49 palestrantes. Os painéis da conferência oficial reuniram as entidades mais representativas da indústria marítima, o setor empresarial e o poder público. Na abertura do evento, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, ressaltou a importância da retomada dos investimentos no setor e os resultados conquistados com essa iniciativa.
“Para nós da Transpetro é essencial contribuir para os debates dessa área, ainda mais esse ano que retomamos os investimentos na aquisição de novas embarcações. Em julho, lançamos o TP25, nosso programa de renovação e ampliação da frota. É importante ressaltar que ampliar a própria frota gera mais valor e dá mais segurança operacional e retorno para os acionistas”, destacou Sergio Bacci.
O vice-presidente e presidente eleito da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Luiz Césio Caetano, destacou a retomada da indústria naval tanto no país como no Rio de janeiro e indicou o crescimento de 20% nos postos de trabalho nos últimos cinco anos.
“Reaquecer a atividade de nossa indústria naval, usando como base o pico da atividade histórica, significaria a recuperação de pelo menos 14 mil empregos diretos. Adicionando 31 mil empregos de impacto indireto, seriam mais 45 mil novos postos de trabalho no Rio de Janeiro. Mais empregos, mais renda e mais postos. O Rio de Janeiro é o epicentro da indústria no país ", afirmou Luiz Césio Caetano.
Para Dino Antunes, secretário nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos, as políticas públicas precisam estar alinhadas com a realidade para proporcionar incentivos fiscais que fomentem a indústria naval.
“As obras representam a continuidade do crescimento de empregos qualificados e o desenvolvimento tecnológico, tanto de estaleiros como da indústria”, ressaltou Dino Antunes.
A mesa de abertura contou com do diretor da Navalshore, Marcos Godoy Perez; Lilian Schaefer, vice-presidente Executiva do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima e da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Syndarma/Abeam); o diretor-geral de Navegação da Marinha do Brasil, almirante de Esquadra Sílvio Luís dos Santos; o superintendente executivo da Caixa Econômica Federal, Daniel Bonavita; o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), vice-almirante Wilson Pereira Filho; o vice-presidente da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), Luis Fernando Resano; e o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha.
Ciclo de palestras
A Navalshore promove também Ciclo de Palestras, reunindo 23 palestrantes que apresentam inovações tecnológicas, além de produtos e serviços para o setor naval. No total, são três salas com programações paralelas e simultâneas.
Rodada de negócios
Outro destaque na programação acontece nos dois primeiros dias da Navalshore, quando fornecedores ganham a oportunidade de apresentarem seus produtos e serviços a quatro empresas-âncora em entrevistas pessoais. São elas, a Transpetro, o Estaleiro Enseada, Estaleiro São Miguel e Estaleiro Dock Brasil.
A Navalshore 2024 tem o patrocínio Master da Transpetro e da Caixa Econômica Federal.
Cenário político promissor
O governo federal está próximo de anunciar as primeiras medidas para o fomento à indústria naval, com foco na capacitação de mão de obra, fortalecimento da cadeia de fornecedores, investimentos em pesquisa, questões tributárias, compras públicas e mecanismos de financiamento. Estima-se que ao menos 16 estaleiros no país têm condições técnicas de disputar contratos para a construção de navios e embarcações de apoio offshore.
Em julho, entidades setoriais apresentaram ao governo um conjunto de propostas com o objetivo de aumentar a participação da indústria local de bens e serviços no setor de petróleo e gás natural. A ideia é garantir conteúdo local mínimo que dê segurança aos investimentos.
O Sinaval, a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) reafirmaram a necessidade de uma política de conteúdo local previsível e juridicamente estável para atrair investimentos e utilizar a capacidade ociosa da indústria nacional.