Além de proporcionar o crescimento do setor, os portos e terminais brasileiros estão preocupados também com o impacto social, ambiental e econômico que causam nos seus públicos de interesse. Essa foi a mensagem do primeiro dia do IX Congresso Internacional de Desempenho Portuário – CIDESPORT, em Florianópolis, nesta quarta-feira.
Já na palestra de abertura, Flávia Takafashi, Diretora da ANTAQ, citou a sustentabilidade como um dos quatro pilares de atuação da agência regulatória – ao lado de qualidade dos serviços, segurança jurídica e competitividade. Ainda, Flávia citou a agenda ambiental e de segurança aquaviária, dando como exemplo o estudo sobre “Impactos e Riscos das Mudanças Climáticas nos Portos Públicos Costeiros Brasileiros”.
Segundo o professor Dr. José Baltazar Guerra, especialista em ESG, não existe oposição entre crescimento econômico e desenvolvimento sustentável. Ao contrário, não há hoje espaço para a inação porque o risco ambiental é verdadeiro e urgente. Nesse mesmo sentido, o professor Dr. Sérgio Cutrim, da Universidade Federal do Maranhão, comentou que é necessário trabalhar de forma colaborativa com o ecossistema portuário e desenvolver estratégias para a descarbonização. De forma prática, ele trouxe quatro motivos para a adoção do ESG no setor portuário: organizações sustentáveis são mais lucrativas; existe uma emergência climática; é necessário regulação no setor e a melhora na eficiência na relação porto-cidade.
Dentro dessa relação do porto com seus stakeholders, o diretor do Porto de Itaqui, Artur Alves da Costa, trouxe o case do Porto do Futuro, mostrando investimentos em pesquisa, tecnologia e inovação com foco em desenvolvimento sustentável e fomentando a região onde os portos estão inseridos.
A sustentabilidade requer inovação, diz o professor Newton Narciso Pereira, da Universidade Federal Fluminense – UFF. Segundo ele, o principal desafio é reduzir as emissões, incluindo ações e medidas internas e externas, envolvendo os navios e o transporte terrestre. São necessárias diretrizes de melhores práticas para portos marítimos verdes inteligentes, mostrando, como exemplo, um projeto para substituição de bunker oil em navios atracados. “A questão ambiental vem aparecendo com maior relevância para os portos do Brasil”, conclui Newton.
O IX CIDESPORT segue até dia 11, sexta-feira, na capital catarinense. O congresso reúne cerca de 220 pessoas, entre dirigentes e profissionais de portos e terminais portuários, representantes de governo, além de professores e estudantes, do Brasil e Exterior.
O CIDESPORT configura-se como um dos principais eventos técnicos-científicos do setor portuário. Veja a programação completa no site: https://cidesport.com/.