É movido a eletricidade, não emite gases
geradores do efeito estufa e não tem tripulantes a bordo, navegando
de forma autônoma com uma tripulação monitorando seus movimentos
à distância.
Sua primeira viagem será muito curta, entre os portos de Herøya e
Brevik, distantes alguns quilômetros. Não fará nenhuma grande
viagem oceânica de imediato, mas se tudo correr bem, mostrará que
o conceito pode gerar barcos capazes de, no futuro, virem a
substituir os navios de carga que usam combustível fóssil.
Sua velocidade máxima será de 13 nós, algo como 24 quilômetros
por hora; pode carregar cerca de cem contêineres. Fica evidente que
o Yara Birkeland é pouco mais que um conceito, já que o Algeciras,
o maior navio desse tipo, tem capacidade para 24 mil contêineres.
Embora sem tripulantes a bordo, requer humanos para carregar e
descarregar sua carga, o que seu fabricante deseja mudar com futuros
investimentos em guindastes autônomos e outras máquinas, tornando
sua operação ainda mais econômica. Na atualidade, o transporte
marítimo é mais barato em quase todas as situações.
Os avanços em veículos autônomos, terrestres e marítimos, têm
sido grandes, mas ainda há um longo caminho a percorrer até que
sejam incorporados ao nosso cotidiano. O progresso na área é
impressionante, mas as tecnologias autônomas ainda estão
engatinhando; assim como os carros autônomos, os navios autônomos
também precisam encontrar formas ótimas de enfrentar desafios como
obstáculos, tráfego e outros.
Mas, enquanto o mundo corre para eliminar o uso de combustíveis
fósseis nos transportes, é importante pensar nos navios. Afinal,
apenas cinco países, China, Estados Unidos, Índia, Rússia e
Japão, geram mais poluentes nessa área do que toda a frota
mundial; um grande navio de cruzeiro polui, por ano, tanto quanto um
milhão de automóveis.
Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de
São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática
da Universidade Presbiteriana Mackenzie.