A reunião do Copom confirmou as previsões dos economistas de mais um reajuste positivo da Selic, em 0,75%, elevando a taxa básica de juros para 3,5 % ao ano. Segundo o último boletim Focus do Banco Central, a projeção é que a taxa encerre 2021 a 5,5% - iniciou o ano a 2%. Ante a primeira alta, os analistas de mercado imobiliário afirmaram que pouca coisa mudaria, já que o aumento da Selic demora a atingir os juros do financiamento imobiliário. Mas será que o cenário segue favorável? Qual o patamar limite da taxa para que ela siga sem causar maiores efeitos a quem deseja financiar um imóvel ainda este ano?
De acordo com os especialistas da Melhortaxa, maior plataforma digital de crédito imobiliário do país, a curto prazo, esse aumento deve seguir sem causar grandes impactos nos juros do financiamento imobiliário, cuja taxa média atual está em 7%, de acordo com levantamento da Melhortaxa. O momento concorrencial também segue forte entre as instituições financeiras. Essa combinação de fatores ainda deve assegurar condições
vantajosas ao tomador de empréstimo.
Segundo dados da Abecip, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 18,35 bilhões em março de 2021, maior volume nominal mensal registrado na série histórica iniciada em 1994. O montante foi 47,4% superior ao registrado em fevereiro e, comparado com março do ano passado (R$ 6,73 bilhões), observou-se crescimento de 172,7%.
Sinal amarelo para o consumidor
No entanto, caso as projeções do relatório Focus se concretizem e as altas da Selic assumam um ritmo constante, fechando 2021 acima de 5%, o sinal pode passar de verde a amarelo para o consumidor.
“O que dita o ritmo das taxas de financiamento é a concorrência e o custo do funding, mais especificamente, a influência da poupança. Com a Selic subindo, a poupança vai puxar as taxas também”, explica Rafael Sasso, especialista em mercado imobiliário e professor da Finted Tech School.
Neste caso, a indicação é tentar aproveitar enquanto os financiamentos estão em patamares ainda baixos. "É hora de recorrer à portabilidade antes que o cenário mude com a pressão inflacionária no setor. Portanto, nosso conselho segue o mesmo: se puder, compre logo. A expectativa de próximas subidas da Selic reforçam essa orientação, na verdade", alerta Paulo Chebat, CEO da Melhortaxa no Brasil.