sexta, 19 de abril de 2024
03/05/2019 08:29

ThyssenKrupp pode assumir temporariamente o controle do Estaleiro Oceana

O possível arredamento do estaleiro pela direção da TKMS ocorreu depois da conclusão de que será necessário utilizar toda a capacidade produtiva na região para a construção das corvetas

A ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS) empresa alemã que é uma das líderes do Consórcio Águas Azuis, pretende ainda este ano assumir, pelo prazo de oito anos, o controle do Estaleiro Oceana, de Itajaí, que vai construir quatro corvetas, da classe Tamandaré orçadas inicialmente em US$ 1,6 bilhão, podendo saltar para até US$ 2 bilhões. Segundo o edital da licitação ganho pelo consórcio junto a Marinha do Brasil, a construção dos navios de guerra devem iniciar em 2020. Junto com a ThyssenKrupp e o Estaleiro Oceana, a Atech e a Embraer faz parte do consorcio.

O estaleiro é hoje controlado pelo Grupo CBO e, com o seu arrendamento pela gigante alemã, ficará muito mais fácil para a TKMS importar o maquinário e aparelhagem que navios deste tipo e porte requerem. No entanto, os valores da proposta encaminhada à direção da CBO, estão sendo mantidos em sigilo.

Outra possibilidade que se cogita no mercado é o formato de compra pura e simples do estaleiro. No entanto, isso é visto como uma alternativa pouco provável, devido ao atual momento de indefinições da TKMS em relação a construção de navios militares de superfície. O contrato conquistado pelo consórcio é considerado peça chave nos interesses comerciais da indústria naval alemã, no Brasil.

Outro ponto que favorece a aquisição ou arrendamento do Estaleiro Oceana pela TKMS é o fato da empresa alemã ver, em sua futura base de Itajaí, um ponto de apoio perfeito para investidas comerciais e possíveis contratos junto às marinhas da Argentina, África do Sul e Chile. Inclusive, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider, disse em abril que a empresa planeja, em parceria com a alemã TKMS e o estaleiro catarinense, exportar produtos de defesa naval a partir do Brasil.

Segundo o executivo, há um compromisso da Embraer com a ThyssenKrupp no sentido de criar uma base de indústria de defesa no Brasil para vender soluções para outros países. “Com necessidades semelhantes a estas que estamos desenvolvendo para a Marinha do Brasil. Queremos e vamos exportar a partir do Brasil”, disse Schneider. Também existe a possibilidade de que Marinha do Brasil venha encomendar um novo lote de navios de superfície, maiores que as da classe Tamandaré, e

O contrato entre a Marinha do Brasil e o consórcio Águas Azuis está previsto para ser assinado no dia 13 de dezembro, data em que é celebrado o Dia do Marinheiro. A entrega dos navios classe Tamandaré estão previstas para o período de 2024 a 2028. A geração de empregos com o projeto está estimada em dois mil empregos diretos em Santa Catarina, isto representa mais que o dobro do atual número de trabalhadores na indústria de construção naval do estado.

O estaleiro

O Grupo CBO, controlador do estaleiro, é uma empresa de navegação com foco na construção e na operação de embarcações de apoio offshore de médio porte, além de embarcações de inspeção e construção submarina. Sua sede está instalada em Niterói, no Rio de Janeiro, e a unidade de Itajaí está instalada em uma área de 310 mil metros quadrados. Cobra ainda com uma unidade em Macaé, no Rio.




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