A intenção de micro e pequenos empresários de investir no próprio negócio cresceu 20% em 12 meses, segundo uma pesquisa nacional. Apesar do aumento, a propensão a investimento ficou abaixo da média. Na escala de 0 a 100, marcou 49 pontos em fevereiro de 2019, contra 40,7 pontos em fevereiro de 2018.
O otimismo cresceu, mas nem todos os empresários pretendem ampliar os seus negócios. De acordo com o estudo, 41% deles pretendem investir nos próximos três meses, contra 38% que não pensam na possibilidade e 21% que não sabem o que farão. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
A principal motivação para aqueles que devem investir é aumentar as vendas, citado por 55% deles. Em seguida, os empresários citaram atender o aumento da demanda (30%) e adaptar a empresa a novas tecnologias (26%). Na prática, o investimento será em compra de equipamentos, opção citada por 37% deles, reforma da empresa (25%) e ampliação de estoque (19%).
Crédito
A maioria (52%) vai utilizar capital próprio mantido na forma de poupança. Mas há também aqueles que vão usar o dinheiro da venda de algum bem (15%) ou de empréstimos e financiamentos (23%).
A intenção de adquirir crédito caiu 5% em relação a janeiro. "Este cenário se forma em decorrência das taxas de juros, ainda elevadas, e do desconhecimento dos empresários quanto às modalidades existentes no mercado com condições e taxas menores para este segmento", disse o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.
O levantamento apontou ainda que 32% consideram o processo de contratação de crédito difícil ou muito difícil, enquanto que 23% acham fácil ou muito fácil e 15% não consideram nem fácil e nem difícil. Entre os que consideram difícil, 62% apontam como principais problemas a burocracia e as exigências dos bancos. Para 43%, os juros altos são um grande impeditivo.