sexta, 19 de abril de 2024
11/07/2018 17:00

Confirmado que escombros encontrados no acesso ao Complexo Portuário do Itajaí são do navio Pallas

O material submerso será retirado, independente de conter ou não objetos de valor histórico, e preservado

Minuciosos estudos apresentados na quarta-feira, 11, pela Superintendência do Porto de Itajaí (SPI), confirmam que os escombros de naufrágio encontrados na margem esquerda do Rio Itajaí-Açu, na área da nova bacia devolução do Complexo Portuário, são realmente do Navio Pallas, ocorrido há 124 anos, durante a Revolução Federalista. As suspeitas de que os escombros subaquáticos foram divulgadas pelo Jornal dos Bairros e Revista Portuária – Economia & Negócios em setembro do ano passado.

O fato foi levantado pelo pesquisador e consultor Haroldo Becker Filho, que trabalhou no canteiro de obras da Construtora Triunfo no molhe de Navegantes e, na época, contestado pela administração do porto. No entanto, a área onde encontram-se os restos do navio foi isolada e a SPI encomendou estudos, incluindo levantamento submarino e levantamento histórico. Entre outros arquivos históricos e hemerotecas de Itajaí e outras cidades brasileiras, foram pesquisados os arquivos da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), Tribunal Marítimo e Lloyd Register, o que comprovou as suspeitas.

Segundo os resultados apresentados pelo pesquisador Julles Soto, curador do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e do Instituto Soto, o casco do navio está partido ao meio e separado e certamente a embarcação foi saqueada e os objetos de valor histórico retirados, como ocorre na grande maioria dos naufrágios na costa brasileira. Entretanto, o historiador defende que partes da embarcação sejam retiradas, preservadas e expostas em museu ou similar, uma vez que essa embarcação faz parte de um período conturbado da história da república, na virada do século XIX para XX.

Marcelo Salles, superintendente do porto de Itajaí, garante que o material submerso será retirado, independente de conter ou não objetos de valor histórico, e preservado. Porém, Salles não fala de prazos, custos e metodologia que envolvem o processo. “Vamos retirar o que sobrou do navio e preservar o que for possível, mas para isso, a metodologia precisaser definida pela Marinha.

O navio Pallas pertencia à Companhia Frigorífica Fluminense e foi tomado durante a Revolta da Armada, um movimento de rebelião promovido por parte da Marinha do Brasil e que tentava depor o presidente e marechal Floriano Peixoto. O Pallas naufragou no início do mês de novembro de 1893, no pontal da barra de Itajaí. Não houve mortos durante o naufrágio.




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