sábado, 20 de abril de 2024
26/12/2017 07:39

Retomada sinaliza 2018 promissor, mas desafios estruturais permanecem em Santa Catarina

Após um período de muitas incertezas nos planos político e econômico, o crescimento de um conjunto de indicadores ao longo do ano sinaliza para um 2018 promissor, avalia a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).

Após um período de muitas incertezas nos planos político e econômico, o crescimento de um conjunto de indicadores ao longo do ano sinaliza para um 2018 promissor, avalia a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). Contudo, a entidade ressalta que a continuidade das reformas estruturais e a eleição representam fatores determinantes para consolidar a recuperação econômica. No acumulado do ano até setembro, o Índice de Atividade Econômica de Santa Catarina cresceu 3,14%. De janeiro a outubro, as vendas industriais aumentaram 2%, a produção do setor ampliou-se em 4,1%, a indústria de transformação catarinense adicionou 29 mil novos postos de trabalho, o segundo Estado que mais gerou empregos no setor, atrás apenas de São Paulo. De janeiro a novembro, as exportações aumentaram 13,3% e as importações 22,3%.

"Em 2017 o Brasil consolida sua tendência de crescimento, mas há desafios estruturais que permanecem. A recuperação da economia está em curso, mas para ganhar força depende de alguns desafios estruturais que o País terá que enfrentar no ano que vem. O fato é que a recessão acabou", avaliou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte.

Ele destacou a magnitude das quedas recentes do PIB. "Não é fácil termos uma recuperação de um tombo dessa magnitude. Em dois anos perdemos 9% na riqueza das famílias e a riqueza nacional teve essa queda de mais de 7%. Agora, há espaço para crescer no curto prazo porque existe uma capacidade ociosa e temos disponibilidade de trabalhadores. O desemprego ainda é muito grande. Então, esses dois fatores: capacidade ociosa e capacidade de aproveitamento de trabalhadores podem provocar aumento de demanda, sem pressionar os custos e sem impacto na inflação, sobretudo, no setor industrial", disse.

Em conversa com jornalistas, Côrte afirmou que no curto prazo o País pode continuar crescendo puxado pelo consumo, contudo, não é um crescimento sustentável. "O que dá sustentabilidade ao crescimento é a retomada do ciclo de investimentos. Outra razão que nos torna mais dependentes dos investimentos é o fato de que em 2018 a agricultura não vai contribuir com a mesma intensidade que em 2017, com excelentes safras. Portanto, o País entra em 2018 com questões estruturais fundamentais. O crescimento sustentável da economia precisa se dar através da elevação do investimento privado", explicou, lembrando que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a FIESC têm feito um trabalho grande para a retomada das concessões e das parcerias público-privadas.

"A base desse novo ciclo de crescimento está sustentada no investimento e na continuidade das reformas estruturais", observou Côrte. Ele disse que a queda da inflação e da taxa básica de juros têm força e podem promover o retorno dos investimentos desde que se retome também o crédito, que hoje ainda está restrito, sobretudo, para pessoas jurídicas. "O governo tem que continuar seu ajuste nas contas e essa é a condição necessária para o equilíbrio macroeconômico. Também temos que avançar com medidas como a simplificação tributária. "Entre as reformas, sem dúvida, se coloca a reforma da previdência como fundamental para transmitir ao mercado uma confiança maior nos rumos da economia. Se não tivermos a reforma da previdência, o governo terá dificuldade de manter o teto de gastos aprovado, e deve prejudicar o pagamento de pessoal, programas sociais e os investimentos", concluiu Côrte.

Para a FIESC, a estabilidade econômica é fator que permite uma expectativa de permanência de juros mais baixos e de inflação sob controle. Outro aspecto é o cenário internacional favorável. O PIB brasileiro tem expectativa de crescer 1,1% em 2017 e projeta-se um avanço de 2,6% para 2018. A inflação deve encerrar o ano em 3,03% e para 2018 estima-se uma variação de 4,02%. A meta da taxa Selic, atualmente em 7%, tem previsão de alcançar 6,75% no ano que vem.

Anuário estatístico: Santa Catarina é o Estado com maior percentual de empregos na indústria, é o primeiro em abate de suínos, lidera a proporção de pessoas de 16 anos ou mais em empregos formais, tem a menor taxa de desocupação do País, é o quarto maior parque industrial e é o segundo Estado mais competitivo do Brasil. Os dados estão na publicação SC em Dados, que a FIESC lançou nesta quinta-feira (14). O anuário traz informações como aspectos sociodemográficos, desenvolvimento regional, mercado de trabalho, comércio exterior, indicadores e atividade industrial, investimento e competitividade, pesquisa e inovação, infraestrutura, tributos, atividade econômica, comércio, agropecuária e serviços. Veja o SC em Dados no Portal Setorial FIESC, no link publicações.




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