Assim como as marchinhas que animam o Carnaval e fazem parte da tradição das festas momescas no Brasil, a vinda dos foliões para as principais cidades de Santa Catarina promete render bons resultados nos negócios. Do varejo à hotelaria, passando por bares e restaurantes, o otimismo – ainda que contido em função do cenário econômico nacional – motiva os empresários do Estado.
Comerciantes apontam que esta é a típica festa que acrescenta nos resultados do mês em diversos segmentos, seja na venda de fantasias e adereços ou de confecções – afinal, nada melhor do que aproveitar o samba com uma camiseta, bermuda ou calçados leves. “Mesmo que em pouco volume, sempre há incremento nas vendas. O Carnaval vem somar aos resultados de fevereiro e animar o varejo do estado. E na esteira do comércio, outros setores se movimentam, ampliando o incremento na economia durante este período”, aponta Ivan Tauffer, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de SC (FCDL/SC).
Na rede hoteleira, a taxa de ocupação no período será de 76%, avalia o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis (SHRBS). Se confirmado, o índice ficará 10% abaixo do registrado em 2016 na região. Estanislau Bresolin, presidente do Sindicato, explica que a previsão considera que no último ano, a folia ocorreu no início de fevereiro e neste, será no final do mês. “Esta mudança estica a temporada. A crise econômica no país é outro fator que pode reduzir o número de turistas que virão para o evento”, afirma.
Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel SC), a perspectiva é positiva, mas não compensará a temporada, que teve resultados abaixo do esperado. “A pesquisa consolidada referente a esse verão será realizada com os proprietários de estabelecimentos depois do Carnaval, mas pelo que temos observado até hoje, os números não corresponderam às expectativas”, afirma Raphael Dabdab, presidente da entidade.
O movimento entre Natal e Réveillon frustrou os empresários do segmento, apontou a última consulta realizada pela associação, em janeiro de 2017. No consolidado estadual, houve queda no número de clientes para 72,2% dos entrevistados – destaque para Florianópolis (84,1%), litoral norte (80%) e litoral sul (76,5%). “Não atribuímos os dados somente à crise econômica, já que o calendário também não ajudou. As datas festivas caíram nos fins de semana e o clima foi mais propício para refeições em casa ou mesmo na praia. Falando de Florianópolis, o anúncio de que não teríamos Réveillon na Beira-mar e a falta de definição em relação ao funcionamento dos beach clubs de Jurerê também contribuíram para este resultado”, avalia Dabdab.